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Saúde e Equilíbrio > Odontologia
Paixão pelo seu sorriso
Coluna 28
Mau hálito pode afetar convívio social
Quem sofre de halitose, na maioria das vezes, não percebe e, se alguém da família ou amigo não o alertar, a situação desagradável se estenderá por muito tempo, o que certamente atrapalhará as suas relações interpessoais, podendo causar até mesmo depressão
Ao contrário da crença popular, o mau hálito não vem do estômago – 95% das vezes, origina-se da garganta para frente
studos da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que quase 40% da população mundial sofre de halitose, conhecida popularmente como mau hálito. Apesar de não ser considerada doença, é um sinal ou sintoma de que existe alguma alteração no organismo.
“Com o crescimento anormal das populações de bactérias anaeróbicas em locais do trato digestivo e respiratório, aumenta-se, automaticamente, a quantidade de substâncias químicas e gasosas produzidas por elas no metabolismo. Em concentrações elevadas, estas substâncias alteram a qualidade do ar expirado (hálito), conferindo-lhe um odor desagradável, que às vezes chega a ser ofensivo”, comenta o doutor Gilberto Borges de Brito, chefe do Serviço de Esôfago/Estômago e Cirurgia Bariátrica do Hospital de Base-FUNFARME, de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo e também professor adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).
O mau hálito não vem do estômago
Ainda segundo o especialista, ao contrário da crença popular, o mau hálito não vem do estômago. Ele explica que de 90% a 95% das vezes origina-se da garganta para frente. “A doença do refluxo gastro-esofageano (o conteúdo gástrico do estômago volta para o esôfago e, às vezes, chega até a cavidade oro-faringeana, trazendo restos alimentares que nutrem as bactérias anaeróbicas ali presentes, favorecendo sua proliferação) tem contribuição indireta para a halitose. Somente cânceres avançados, ulcerados e necrosados no estômago, no esôfago e na faringe poderiam causar mau hálito severo”, complementa Brito.
Estresse e baixo consumo de água podem causar mau hálito
Entre as causas mais frequentes do problema está a diminuição no fluxo salivar. O que acontece é que a saliva ajuda a eliminar as bactérias no intervalo entre as higienizações, porém, quando a sua quantidade é escassa, a boca fica seca e as bactérias responsáveis pelo odor ruim aumentam. Alguns dos motivos para isso acontecer são estresse, respiração pela boca e baixo consumo de água.
Além disso, o franqueado da OdontoCompany de Guarulhos-Taboão, em São Paulo, Daniel Henrique de Lima, e a responsável técnica da clínica, Tatiana Coelho Barreiro (foto), relatam que a má higienização bucal é outra responsável pela halitose. “A falta de cuidados com os dentes provoca doenças periodontais como a gengivite e que, em conjunto com a má higienização da língua, ocasiona a saburra lingual (também conhecida como biofilme lingual, ela se caracteriza por uma placa bacteriana de cor amarelada)”, afirmam.
Cárie aberta e extensa, feridas cirúrgicas e abscessos, diabetes descompensado, insuficiência renal crônica e até mesmo os primeiros sinais de doenças mentais e neurológicas também são causadores do mau hálito, assim como cirrose hepática, diverticulose intestinal, faringite e amigdalites, especialmente a caseosa.
Beber muita água ajuda a controlar a halitose
Embora se manifeste de forma desagradável e tenha mais de 60 causas distintas, segundo a Associação Brasileira de Halitose (ABHA), o mau hálito pode ser evitado ou controlado. Para fazer o diagnóstico correto, é preciso uma boa anamnese (entrevista do médico com o paciente) e um detalhado exame clínico. Fora isso, é fundamental determinar a causa do odor e, assim, introduzir o melhor tratamento.
“Alguns casos podem exigir a participação de especialistas de diferentes áreas, mas, sendo de origem local, a boa higienização da boca e da língua (escovação três vezes ao dia, uso de fio dental e raspador lingual), o controle da alimentação e a ingestão diária de dois a três litros de água já resolveria”, garantem os responsáveis pela OdontoCompany de Guarulhos-Taboão.
Modo de vida
Também é importante a manutenção da saúde geral, levar uma vida saudável, evitar o excesso de bebidas alcoólicas, controlar o estresse e consumir alimentos saudáveis como frutas e verduras. Para prevenir a halitose, ainda se faz necessário manter as escovas dentais limpas e descontaminadas. Isso porque uma boca saudável e uma flora bucal equilibrada podem ser alteradas por contaminação e recontaminação de bactérias escondidas nas escovas.
E, para quem costuma ingerir alimentos que se aderem mais às papilas linguais, como alho, cebola, leite, queijos e molhos, a orientação é consumir um alimento adstringente em seguida. Alguns exemplos são laranja, maçã, pepino, gengibre, hortelã ou salsa.
DICAS PARA PREVENIR O MAU CHEIRO BUCAL
Beber bastante água
Isso ajuda a evitar o mau hálito, já que uma das principais causas para o problema é a boca seca.
Escovar sempre os dentes
Apesar do mau hálito não significar necessariamente falta de higiene, a falta de escovação pode produzir bactérias e o mau cheiro irá aparecer. O uso do fio dental e a escovação na língua também são essenciais.
Cuidar da alimentação
Alguns alimentos, como cebola, alho, brócolis e couve causam mau hálito, o que se resolve facilmente com uma boa escovação. Porém, certas dietas podem ser prejudiciais ao hálito, como cortar totalmente o carboidrato do cardápio.
Ficar atento aos sinais
Quem acha que está com odor ruim na boca deve pedir a confirmação alguém da família ou a um amigo próximo. Muitas vezes, quem tem halitose não percebe e é necessário que terceiros apontem o problema.
Procurar um dentista
Assim que identificar o mau hálito, é imprescindível procurar um dentista. Na maioria das vezes, o problema é facilmente resolvido e evita que o paciente passe por situações desconfortáveis.
Foto: Ivana Debértolis
Ilustrações: divulgação
Fonte: OdontoCompany
Serviço
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